Sofrer com
Paciência
È
preciso sofrer com paciência todas as tribulações desta vida, as doenças, as
dores, a pobreza, a perda de bens, a morte dos parentes, as injurias, as
perseguições e tudo o que nos contraria.
Estejamos persuadidos de que os
sofrimentos desta vida são sinais do amor de Deus para conosco, e do seu desejo
de nos ver salvos no céu.
Compreendamos ainda que agradam
mais a Deus as mortificações involuntárias enviadas por ele do que as
voluntárias que são de nossa escolha.
Nas
doenças procuremos resignar-nos inteiramente a vontade do Senhor, com isso
agradar-lhe-emos mais do que com qualquer outra prática de piedade. Se então
não pudermos meditar, olhemos para o crucifixo e ofereçamos a Jesus nossos
sofrimentos em união com os que ele sofreu por nós na cruz.
Quando nos avisarem da
aproximação de nossa morte, aceitemo-la em paz e em espirito de sacrifício,
isto é, com a vontade de morrer para comprazer a Jesus Cristo. Dessa entrega a
vontade de Deus nasceu todo o mérito da morte dos mártires. É preciso, pois,
dizer a Deus: “Senhor, eis-me aqui; quero o que vós quereis, quero sofrer tudo
o que vos aprouver; estou pronto para morrer quando quiserdes”.
Não peçamos vida mais longa para
fazermos penitência dos nossos pecados, pois a aceitação da morte com plena
resignação vale mais do que todas as penitências.
Conformemo-nos
também com a vontade divina, quando formos provados pela pobreza e por todos os
incômodos que ela nos traz consigo: o frio, a fome, o cansaço, as desonras, os
desprezos.
É preciso ainda acolher com
resignação a perda dos bens, dos parentes e amigos que, vivendo, poderiam
fazer-nos o bem. Acostumemo-nos a repetir em todas as coisas que nos
contrariam: “Assim Deus quis, assim também eu quero”. Na morte de algum parente,
em vez de perdermos tempo chorando sem proveito algum, empreguemo-nos rezando
pelo falecido, e ofereçamos a Jesus a dor que sentimos nessa perda.
Esforcemo-nos, enfim, para sofrer
com paciência e serenidade os desprezos e as injurias. A quem nos fala com
injurias, respondamos com mansidão; mas, quando nos sentimos agitados, é melhor
sofrer e calar até que se tranquilize o nosso espirito. Não nos queixemos a
outros das injurias recebidas, mas ofereçamo-las de coração a Jesus Cristo que
sofreu tanto por nós.
A Prática de amor a Jesus Cristo | Santo
Afonso Maria de Ligório
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