Sequencia da postagem “Desejo de perfeição”
Escolha do melhor
15. A segunda resolução é preciso escolher sem restrição
aquilo que é o melhor, não só o que agrada a Deus, mas aquilo que lhe agrada
mais.
- S.Francisco Sales: “É
preciso começar com uma grande e firme resolução de dar-se inteiramente a Deus,
prometendo-lhe que queremos pertencer-lhe para sempre, sem nenhuma reserva.
Depois, renovar muitas vezes essa mesma resolução.”
- S. André Avelino fez uma promessa
de cada dia progredir sempre mais na perfeição. Quem quer ser santo, não
precisa fazer uma promessa, mas deve procurar cada dia dar alguns passos no
caminho da santificação.
- S.Lourenço Justiniano:
“Quando alguém caminha de verdade, sente em si mesmo um desejo continuo de
avançar mais. Quanto mais cresce na perfeição, tanto mais cresce nele esse
desejo porque, aumentando a luz de Deus em sua alma, parece-lhe que não tem
nenhuma virtude e não faz nenhum bem. Se, por acaso, praticou alguma coisa boa
ele a sente como muito imperfeita, não fazendo caso dela. Por isso é que se
esforça continuamente em alcançar a perfeição, sem parar.
16. É necessário começar logo, não deixando para o dia
seguinte. Quem nos garante que, mais tarde, teremos tempo? “Tudo que tua mão
encontra para fazer, faze-o logo” oque podes fazer, não adies, “porque na
região dos mortos para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem
inteligência, nem sabedoria”
- Na outra vida não há tempo,
para se praticar as boas ações nem motivos para merecimentos; lá não existe a
sabedoria de fazer bem as coisas nem a ciência ou a experiência dos outros para
a gente se aconselhar. Depois da morte, o que está feito, está feito!
-Certa religiosa de um
mosteiro de Roma levava uma vida muito tíbia. Padre Lancízio veio pregar os
exercícios espirituais as religiosas e esta freira, apegada a sua vida
espiritual relaxada, assistia aos exercícios de má vontade. A graça de Deus,
porém, tocou-lhe a alma na primeira pregação. Dirigiu-se ao pregador e lhe
disse com verdadeira resolução: “Padre, eu quero ser santa logo” De fato, fez
assim ajudada por Deus, porque viveu apenas oito meses e, nesse pouco tempo,
viveu e morreu como uma santa.
17. “Agora começo”, dizia Davi e o mesmo costumava falar
S. Carlos Borromeu: “hoje começo a servir a Deus”. È assim que devemos fazer,
como se no passado não tivéssemos feito nenhum bem. Tudo o que fazemos por Deus
é nada, pois apenas cumprimos um dever. Portanto, tomemos cada dia a resolução
de sermos inteiramente de Deus. Não fiquemos a olhar o que os outros fazem ou
como fazem. Poucos são aqueles que se tornam santos de verdade.
- S. Bernardo: “Ninguém pode
ser perfeito sem ser diferente” se queremos imitar o comum dos homens, seremos
sempre imperfeitos como em geral eles são. É
preciso vencer tudo, renunciar a tudo, para conseguir tudo, Deus.
- S.Tereza: “Porque não
resolvemos dar todo o nosso coração a Deus, também não nos é dado todo o seu
amor” “ Tudo o que podemos fazer é nada em comparação a uma gota de sangue de
Jesus, derramada por nós.”
- Como é pouco tudo aquilo que
se faz por Jesus Cristo! Ele deu seu sangue e sua vida por nós”
- Os santos não se poupam
quando se trata de agradar a um Deus que se deu todo a nós, justamente para nos
obrigar a não negarmos nada.
- S.João Crisóstomo: “Tudo te
deu, nada deixou para si”. Já que Deus se deu todo a nós, não é justo que
tenhamos reservas com ele. “Ele morreu por todos, a fim de que os que vivem já
não vivam para si, mas para aquele que por eles morreu”
A liberdade de Espírito
VII 9. Aqueles que em seus trabalhos procuram só a
vontade de Deus, gozam daquela santa liberdade de espírito, própria dos filhos
de Deus; ela faz com que abracem tudo o que agrada a Jesus Cristo, apesar de
qualquer repugnância do amor próprio ou do respeito humano. O amor de Jesus
Cristo dá as pessoas uma total indiferença, tornando-lhes tudo igual, tanto as
coisas penosas como as suaves. Nada querem do que lhes traz prazer, mas
ardentemente desejam o que agrada a Deus. Com a mesma paz procuram fazer tudo,
coisas grandes e pequenas, agradáveis ou desagradáveis; basta-lhes que agradem
a Deus.
10. Muitos querem servir a Deus, mas conforme seu gosto,
em tal emprego, em tal lugar, com tais companheiros, em tais circunstâncias. Se
não for assim, ou deixam os seus deveres ou agem de má vontade. Essas pessoas
não tem a liberdade de espírito, mas são escravas de seu amor próprio. Por
isso, há pouco merecimento no que fazem. Vivem inquietas, enquanto o jugo de
Jesus Cristo torna-se pesado para elas.
- Aquelas pessoas que amam
verdadeiramente a Jesus Cristo, só procuram fazer aquilo que lhe agrada e
porque lhe agrada, quando, onde, como Jesus o quer. Pouco importa se ele nos
deseja em funções honrosas aos olhos dos homens ou numa vida obscura e humilde.
O que importa é amar a Jesus Cristo com puro amor; nisto devemos trabalhar,
combatendo sempre os desejos do amor próprio que gostaria de nos ver ocupados
em obra honrosas e de acordo com as nossas inclinações.
11. É
preciso que estejamos desapegados de tudo, mesmo dos exercícios espirituais
quando o Senhor nos quer empregar em outra coisa de sua vontade.
- Pe. Alvarez, achando-se, uma
vez muito ocupado, desejou desembaraçar-se para ir fazer suas orações, porque
lhe parecia não estar unido a Deus naquele tempo de trabalho. Mas o Senhor o
fez sentir interiormente: “mesmo que eu não o tenha comigo, fique contente
porque eu me sirvo de você” Aviso excelente para as pessoas que talvez se
inquietam quando a obediência ou a caridade as obrigam a deixar as costumeiras
práticas de piedade. Essa inquietação não vem certamente de Deus, mas ou do
demônio ou do amor próprio.
Agradar a Deus e
morrer, eis a primeira regra dos santos!
A Prática de amor a Jesus Cristo Cap VIII–
Santo Afonso Maria de Ligório
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