- Cada pessoa tem uma vinha, a
vinha da própria alma.
- Nela trabalha com a vontade
pessoal, livre, durante o tempo desta vida. Acabado este tempo, nenhum outro
trabalho será realizado, seja para o bem como para o mal.
- Agora, sim, cada um pode
industriar-se na vinha em que o coloquei. O operário de tal vinha –a vontade- recebe de mim tamanha
força, que criatura alguma, mesmo o demônio, é capaz de impor-lhe algo sem o
seu consentimento. Semelhante força lhe é dada no batismo, bem como, o amor
pela virtude e o ódio pelo vicio. Esse amor
e ódio provem do Sangue de Cristo, o qual, versando o Sangue por amor a vós
e repulsa ao pecado, até morreu. É deste Sangue que recebeis a Vida Divina no
Batismo.
- Tendes, então, a espada do amor e do ódio.
- Deve ser livremente usada
durante a vida terrena para destruir os pecados e semear a virtude.
Mas é unicamente
pelos ministros, por mim postos na Igreja para lutar contra o mal e distribuir
a graça no Ministério do Sangue pelos Sacramentos que obtereis o fruto desse
Sangue.
- Começareis por purificar-vos
com a contrição interior, desapegando-vos da iniqüidade e desejando a virtude.
Sem essa predisposição exigida na medida de vossas possibilidades como
ramos unidos a Videira, que é Meu Filho(João 15,1), nada recebereis...
- No momento em que Cristo foi elevado
no lenho da cruz uma ponte se ergueu do céu a terra, essa ponte é Cristo. Antes
de ser erguida, ninguém passava por ela. Essa ponte tem três degraus:
* 1º degrau (despojamento dos
vícios): é formado pelos Pés de Cristo, que faz com que a alma caminhe no
duplo amor(Deus e o próximo).
* 2º degrau (adquire
virtudes): vendo-se amada, se enche de caridade caminha ao Coração de
Cristo que é a fonte do amor.
* 3º degrau (goza a paz):
depois de vencer as culpas encontra a paz, que é a Boca de Cristo.
“Quando Eu for elevado, atrairei a mim todas as coisas” Jo 12,32
- Ao manifestar sua imensa
caridade, meu Filho atraiu a si todas as coisas.
- É sempre o amor que atrai o
coração humano. Dando a vida por vós, ele revelou o amor maior.
- Quando não existe no homem a
oposição maldosa, a força do amor atrai sempre.
- O coração humano, ao ser
atraído, leva consigo todas as Faculdades da alma: a memória, a inteligência, a
vontade.
* Quando tais faculdades são
reunidas e harmonizadas, todas as ações humanas –corporais e espirituais-
ficam-me agradáveis, pois unem-se a mim na caridade.
“Quando Eu for elevado, atrairei a mim todas as coisas”, Jesus
queria significar:
1º) Quando o coração humano e as
faculdades forem atraídas, todas as demais faculdades e suas ações também o
serão.
2º) Que todos os seres foram
criados para o homem. Os demais seres devem servir ao homem e não o contrario.
- Se a humanidade for atraída,
todos os demais seres a seguirão, pois para o homem foram criados.
- Quero que entendas melhor a
maldade e crueldade dos pecadores, que vão pelo rio do pecado. Começam por
conceber o mal no próprio intimo, enfermando-se; depois o praticam
exteriormente e perdem a graça.
- Afogados no rio do falso amor
mundano, eles morrem para a graça. Assemelham-se ao cadáver, privado de
sensações, que já não se move a não ser carregado por outros.
- Nos pecadores, assim, ‘mortos’:
- A memória já não retém a recordação
da minha misericórdia.
- A inteligência não compreende minha
Verdade, preocupada que está com a própria sensualidade e pessoa.
- A vontade permanece insensível à
minha vontade e apega-se às realidades mortas.
- Com a morte destas três
faculdades, toda a atividade interna e externa do pecador se esvazia quanto a
graça. O pecador já não consegue defender-se dos inimigos (mundo, demônio e
carne), já não reage sem meu auxilio.
- É verdade que todo ‘morto’
possui LIVRE ARBITRIO durante esta vida mortal no corpo, e, ao implorar
socorro, sempre o terá de mim.
- Mas, sozinho, nada fará.
- O pecador é insuportável a si mesmo; pretendendo ser o
dono do mundo, deixa-se dominar pela escravidão do nada, o pecado.
O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg69;
73;83
“Ninguém consegue seguir o
‘Caminho da Verdade’:
- Sem a luz da RAZÃO –recebida de
mim com a inteligência (na concepção); e
- Sem a luz da FÉ –infundida na
hora do Santo Batismo.
O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg69;
73;83;205
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