- Seria ilusão imaginar que
quando nascemos para a Vida Natural e depois pelo Batismo para a Vida
Sobrenatural, nasceríamos crescidos, amadurecidos e prontos para o que der e
vier (CIC 1936).
- Quem pensasse assim ficaria
decepcionado.
- Quando nascemos – VIDA
NATURAL - já somos criaturas racionais, com as faculdades pelas quais somos
incomparavelmente superiores a todas as coisas criadas. Estas faculdades da
alma (Inteligência, memória, vontade), porém, estão no recém-nascido apenas de
modo virtual, sujeitas à lei de um lento crescimento
e amadurecimento.
- Para se atualizar, cada
faculdade tem seu próprio tempo e dinamismo.
- Com intelecto, memória,
vontade, afeto e livre arbítrio inteiramente normais, a criança só pouco a
pouco será capaz de ter atos de inteligência e vontade. O
processo dura muitos anos, sujeito a pacientes treinamentos, até chegar à
maturidade e produzir frutos próprios.
- Na vida Cristã – VIDA
SOBRENATURAL será parecido. Pelo Batismo nascemos de novo, do alto, pela
água e pelo Espírito Santo. Mas nesta nova vida no Espírito não nascemos
grandes e maduros.
- Recebemos virtualidades,
faculdades, propriedades ou sementes que não estavam em nós segundo a ordem da criação.
Foi-nos comunicada então a graça da filiação divina adotiva, da participação na
natureza divina, chamada também Graça Santificante, com todo o cortejo de
Virtudes Infusas e Dons do Espírito Santo (CIC
1803-1832).
- Como na Ordem da Criação/Vida
Natural, ninguém vem ao mundo feito e já com aptidão de atuar de modo
inteligente e livre, assim também na Ordem da Redenção/Vida Sobrenatural,
ninguém nasce maduro e capaz de atuar como filho adotivo de Deus, enviado do
Senhor Jesus e templo vivo do Espírito Santo.
- No Batismo recebemos o Espírito Santo como uma semente,
que tem em si, a graça, mas que precisa ser atualizadas num penoso
processo de crescimento.
- A vinda e ação do Paráclito em
nós devem ser entendidas à luz da parábola do semeador em Mateus 13,3-30.
- Para poder desenvolver-se, a
semente precisa de condições, sem as quais não será capaz de crescer e produzir
fruto. Ai entra a formação recebida.
A semente é de
excelente qualidade.
A diferença está
no solo. E o solo somos nós.
1) “Todo aquele que ouve a Palavra
do Reino e não a entende, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu
coração. Esse é o que foi semeado na beira do caminho.
2) O que foi semeado em lugares pedregosos é aquele que ouve a Palavra e a recebe imediatamente com
alegria, mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando surge uma
tribulação ou uma perseguição por causa da Palavra, logo sucumbe.
3) O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas os cuidados com do
mundo e a sedução da riqueza sufocam a Palavra e ela se torna infrutífera.
4) O que foi semeado em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a entende. Esse dá fruto, produzindo á razão de
cem, de sessenta e de trinta”.
- Os cuidados com o mundo, a
sedução das riquezas, os prazeres da vida, as ambições desmedidas, as
dificuldades na caminhada, as tentações de todo tipo, tudo isso se opõe à
germinação da semente, ao crescimento da planta, ao florescimento dos ramos e
ao amadurecimento dos frutos.
- Quem
se fechar à semeadura da semente (Palavra) da qual nascem os frutos do
Paráclito, ou a arrancar de si, ou não se deixar guiar pelo Espírito, sentirá
sem demora a brotação das obras da carne (conf.
Gálatas 5, 16-21 e Mt 15,19).
Crescer juntos até a colheita
- Muitas vezes justificamos
nossas atitudes e pensamentos perversos dizendo que “todo mundo” pratica ou
pensa daquela forma, por isso, agimos ou pensamos assim; mas a resposta do
Senhor é bem clara:
“Deixai crescer juntos até a
colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Arrancai primeiro o
joio e ataio em feixes para ser queimado; quanto ao trigo, recolhei-o no meu
celeiro’”. Mateus 13, 30
- Não desanimemos:
“Nós, porém, vos exortamos, irmãos, a progredir cada vez mais.” ITess 4, 10
“No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo.”
“Esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.” João 16, 33 e I João 5, 4
- Não atrasemos o nosso
crescimento deixando que a Palavra de Salvação seja abafada por nossas
misérias:
“Os espinhos cresceram e a
abafaram.” Mateus 13, 7
- O Senhor nos concedeu a vida
para que sejamos Louvor de Sua Glória, em tudo dai graças:
“Bem e mal, vida e morte, pobreza e riqueza, tudo vem do Senhor.” Eclo 11,14
“Não digas: ‘É o Senhor que me faz pecar’,
porque Ele
não faz aquilo que odeia.
Não digas: ‘É Ele que me faz errar’,
porque Ele não tem necessidade
de um homem pecador.
- O Senhor odeia toda espécie de abominação e nenhuma é amável para os
que a temem. Desde o principio Ele criou o homem e o abandonou nas mãos de sua
própria decisão:
- Se quiseres, observarás os
mandamentos: a fidelidade está no fazer a Sua vontade.
- Ele colocou diante de ti o fogo e a agua;
- para o que quiseres estenderás a
tua mão.
- Diante dos homens está a vida e a morte;
- ser-te-á dado o que preferires. Eclo 15,
11-17
Viver em estado de graça
“Começareis por purificar-vos com a contrição interior, desapegando-vos da iniquidade e desejando a
virtude.
Sem essa predisposição,
exigida na medida de vossas possibilidades como ramos unidos à Videira, que é
Jesus, nada recebereis.” Diálogo 69; CIC 1431
- Manter-se
puro:
“Quando o espírito impuro sai do homem*, perambula em lugares
áridos, procurando repouso, mas não o encontrando, diz:
‘Voltarei para minha casa, de
onde saí’. Chegando lá, encontra-a
varrida e arrumada**. Diante disso, vai e toma outros sete espíritos piores
do que ele, os quais vêm habitar aí. E com isso a condição final daquele homem
torna-se pior do que antes.” Lucas 11, 24-26
* O ‘espírito impuro sai do homem’ significando que houve uma
libertação através dos Sacramentos e da Palavra de Deus; a alma então fica em
estado de graça.
** ‘encontra-a varrida e arrumada’ significa que houve uma limpeza,
jogou-se fora tudo que não presta, porém, não preencheu o coração com o
Senhorio de Jesus, seu estado foi transitório conforme as quatro circunstâncias explicadas na Parábola do
Semeador em Mateus 13, 18-23.
Romper com o pecado
- Todo pecado por menor que
seja nos leva a morte lentamente:
“Vós ainda não resististes até o sangue em vosso combate contra o
pecado” Hb 12,4
- O pecado tem aparência de
bem:
“O Espírito Santo nos faz discernir entre:
- a provação,
necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma ‘virtude
comprovada’;
- e
a tentação, que leva ao
pecado e a morte.
Devemos também discernir entre ‘ser tentado’ e ‘consentir’ na tentação.
O discernimento desmascara a mentira da tentação:
- Aparentemente, seu objeto é ‘bom, sedutor para a vista, agradável’(Gn 3,6), ao passo que, na realidade, seu fruto é a morte.” CIC 2847
- Toda circunstância pode gerar
uma escravidão. Enquanto vivemos nesta peregrinação, vivemos momentos de muita
luta interior e que pouco a pouco vamos vencendo ou não, depende da vontade: O
que falta vencer?
- Alcoolismo,
Jogo, Sexo: desejo, filmes...
- Ira:
trânsito, relacionamentos...
- Gula
- Inveja,
Maledicência
- Julgamento
precipitado
- Fidelidade
a Doutrina Católica
“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não
me deixarei escravizar por coisa alguma.” ICorintios 6, 12
- Este equilíbrio emocional e
psíquico faz-se necessário uma vez que não somos mais ignorantes da Palavra de
Deus e que haveremos de prestar contas de tudo o que fazemos ou falamos.(conf. Atos 17, 30)
Ficamos na letargia até atingirmos a
maturidade
- O exemplo de Zacarias é claro; pode
nos faltar a confiança em Deus, mesmo
sendo justos e praticando a religião; após o anuncio do anjo, vacilou: “Sou velho e minha esposa de idade avançada.
Respondeu-lhe o anjo: Eis que ficarás mudo e sem poder falar até o dia em que
isso acontecer, porquanto não creste em minhas palavras, que se
cumprirão no tempo oportuno...Somente após o nascimento de João sua boca “abriu-se”. Lucas 1
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