A oração é a força e a luz da esperança
cristã
- No Concilio Vaticano II, que
tanto se preocupou com o homem, fez-se esta pergunta: Quem é o homem? Onde
responderam:
Desde as suas origens o ser
humano se entretinha com Deus;
Desde o seu nascimento o homem é
chamado ao diálogo com Deus;
Desde o seio materno Deus me
chamou (Is 49,1).
- O homem é o centro e o vértice
de tudo o que existe sobre a terra; mas é um ser finito, limitado, aberto e
sempre em busca de Deus.
- O homem existe para dialogar
com Deus, iluminado pelos faróis da fé e da razão. Existe para fazer da vida um
diálogo de; amor com o Deus Criador, com o Cristo Redentor, e com o Espírito
Santo Santificador. Sempre criatura amada; sempre filho perdoado e redimido por
amor; e, por gratidão sempre aberto para acolher e agradecer este gesto de amor
de Deus.
- Oração, em breves palavras, é
justamente isto; diálogo da criatura com o Criador, diálogo entre Deus e o ser
humano. Santa Tereza D’Ávila definiu:
“Oração mental não é senão tratar
de amizade, estando muitas vezes tratando a sós, com quem sabemos que nos ama”
- Poder dialogar com Deus não é
só desejo de quem busca a perfeição, mas a vocação. Empreender um caminho para
chegar a dialogar com Deus é uma aventura digna do ser humano. Santo Agostinho
exclamou:
“Fizeste-nos, Senhor, para ti, e
o nosso coração está inquieto até descansar em ti”. Um coração que vivia
afogado e sem poder respirar até descobrir Aquele que o conhecia e o chamava
desde o ventre materno.
João Paulo II dizia: “Sem a
oração nosso esforço seria inútil e nossa esperança de uma nova evangelização
que seja eficaz poderia ficar sem fundamento”.
É fácil rezar?
- A oração é uma arte. Há quem
diga que o artista nasce e pronto. Certamente a tendência é inata, mas o
artista torna-se artista explorando o dom concedido por Deus, trabalhando com
esforço essa tendência, esse dom. Todos nós somos chamados a dialogar com Deus.
Este dom está na bagagem do homem que sai das mãos do Criador para a viagem
neste mundo. Resta a cada um de nós explorá-lo para que produza frutos Mt 25,15.
- Ser chamado ao diálogo com Deus
significa que há um caminho que devemos percorrer com nosso empenho. É uma
aventura, empreendida por quem sente esta sede e quer satisfazer o inquieto coração.
Ninguém sai para uma aventura sem uma boa dose de esperança, de confiança e de
coragem para enfrentar os obstáculos que poderá encontrar.
- A arte exige exercício diário,
sem descanso.
- ‘Rezar é o tempo da encarnação
de Deus em ti,
- é o
tempo em que deixas inspirar por Deus,
- o tempo
em que te deixas transformar em imagem de Deus,
- o tempo
em que aprendes a conhecer Deus como ele é, vendo aquilo que te estás
tornando”
- Os artistas treinam muito e não
poderia ser diferente com a oração, a mais nobre das artes.
A Igreja precisa de ti
“A Igreja do Concílio Vaticano II
considera o mundo moderno com o amor, que sabe descobrir em toda parte os
vestígios de Deus; serve-o com o gênio da caridade e de sua oração”. A Igreja “abre-se
para o mundo moderno não para contaminar-se com seus costumes, mas para infundir-lhe
o fermento de sua salvação”. Esse fermento és tu, somos nós. Por isso, a
pergunta: de quem necessita a Igreja?
- A Igreja necessita de cada um
de nós, do casal cristão, da comunidade.
- A Igreja precisa de quem busca
aproximar-se de Deus, de quem reza, de quem se coloca no alto da montanha, como
fazia Moisés, quando queria encontrar-se com Deus, para escutar a Deus e dele
receber as orientações do que devia fazer e como devia fazer.
- O matrimônio e a família
precisam ouvir da boca de Deus o seu projeto sobre o matrimônio e a família.
- Deus está a espera dos orantes,
lá no alto da montanha, para comunicar-lhes seu projeto, para iluminar a
Igreja.
- A Igreja necessita de pessoas
que se deixam habitar por Deus. O Mais aberto para escutar é o mais apto para
servir. Quem mais reza é quem mais serve.
- A oração ilumina a visão do
mundo. O bem e o mal existentes no mundo são percebidos pelos que se aproximam
de Deus através da oração. Na beleza do mundo resplandece o vestígio de Deus, e
no mal que afeta os homens percebe-se a grande ausência de Deus. O mal impera
onde não há lugar para Deus.
Vida de oração e a amizade
- Seguindo a definição de Santa
Tereza, a oração é ‘tratar de amizade’.
- O orante está na presença de
Deus como um amigo está diante do amigo. - Sabemos o valor do amigo pela
Palavra de Deus na Escritura. É um verdadeiro tesouro. “Um amigo fiel é um
poderoso refúgio; quem o descobriu, descobriu um tesouro” Eclo 6,14. E quem
encontra o tesouro é capaz de vender tudo para adquiri-lo e fará de tudo para
não perde-lo Mt13.
“Onde está o teu tesouro ai
estará também o teu coração Mt 6,21.
- O amigo me conhece como eu me
conheço, porque aos amigos abrimos o coração.
- Oração é estar com Deus como amigo
verdadeiro. Tornar-se amigo de Deus é tornar-se orante. Jesus nos ensina o
segredo da verdadeira amizade quando diz: “Ninguém tem maior amor do que aquele
que dá a vida por seus amigos”Jo 15,13. Essa afirmação de Jesus vem ao nosso
encontro para curar, ensinar e transformar o coração. Só o amor transforma. Não
é possível conceber o amor sem a capacidade de entrega, sem doação sem oblação.
Como tornar-se um homem de oração
- Um sério caminho espiritual
começa quando abrimos um espaço para Deus no barco da vida. Para acolhermos
Deus no barco de nossa vida precisamos colocar alguns objetivos:
- Em primeiro lugar, a oração
pessoal todos os dias, isso se chama fidelidade.
- A oração deve ser um encontro
previsto e desejado. A vida espiritual tem seu ponto de partida aqui:
fidelidade pontual para os encontros com o Senhor.
- Oração que se faz
ocasionalmente denota valor relativo. Deus é necessidade e valor absoluto.
- O Senhor precisa entrar na
nossa barca, na barca da vida. Um lugar definido para Deus no espaço do dia,
guardado com fidelidade persistente, é que nos define como homens e mulheres de
oração.
- A oração precisa ser um
encontro desejado. A vida torna-se árida, sem gosto, quando não há oração.
- Precisamos adquirir gosto pela
oração e, como os discípulos de Jesus, manifestar o desejo:
“Senhor, ensina-nos a rezar”Lc11,1.
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