Empatia
Empatia: Capacidade de compreender profundamente o outro.
- Se
promovêssemos na comunidade um curso de ‘oratória’ com certeza teríamos muitos
candidatos; será que os mesmos candidatos teriam interesse em um curso de
‘escuta’.
Todo mundo quer aprender a falar... ninguém quer aprender
a ouvir...
-
Quantos de nós queremos ser ouvidos e não encontramos ninguém?
- Quantos
de nós pagamos por Psicólogos para simplesmente nos ouvir? Eis aqui o ponto
chave de uma pessoa ‘empática’: saber se calar para ouvir.
- Quantas
vezes demoramos a perceber o real significado de uma frase? Que sentimentos o
outro vive? Que sentimentos encobre? Que motivos? Que contexto?
- Quantas
vezes fazemos o exercício de sair de nós, esvaziarmos-nos de nós para realmente
ouvir o que o outro está a nos dizer? Com silêncio interno, com atenção e
disponibilidade?
- Quantas
e quantas vezes interrompemos a fala do outro para falar de nós? Se não com
palavras, mas em pensamento? Porque é muito comum – enquanto o outro fala -
embarcarmos nos nossos próprios pensamentos, seja para responder, seja para
comparar ou emitir um juízo de valor a respeito da fala dele.
- Quando
finalmente consigo ouvir o que o outro me diz, a partir do ponto de vista dele,
consigo realmente compreender. Isto é empatia. E não é fácil. Exige esforço e
disposição interna. Mas é a ponte que atravessa para o mundo do outro. Que, uma
vez compreendido, não me pede julgamentos nem críticas, apenas compreensão.
- Portanto, a característica
de uma pessoa empática é:
Sabe ouvir, é tolerante, quer
ajudar, dialoga sem julgar ou se espantar com as dificuldades do outro, sente o
que o outro sente –alegria ou dor- porém sensibilidade para experimentar o que
ele está experimentando; viver temporariamente a vida do outro, comover-se sem
julgar, acreditar no dom da vida, Salvação e no crescimento do outro; não
julgar, avaliar ou dar diagnóstico; enfim é permitir que o outro se sinta da
mesma ‘tribo’ ou ‘grupo social’, perceber que alguém o ama, aceita e se
interessa por ele.
- A pessoa empática deve deixar
de lado seu ponto de vista e valores que tem, para entrar no mundo do outro sem
preconceito, porém, sem perder sua identidade própria, voltando ao seu mundo
quando desejar.
- “Hoje” se faz urgente encontrar
uma pessoa empática em nosso ‘caminho’, seja para ajudar, aconselhar e mesmo a
nos acompanhar.
- Todo pai, mãe, catequista,
formador leigo ou profissional, deve ser uma pessoa empática. Esta capacidade
de aceitar, compreender, acolher e ver o mundo como o outro vê é uma virtude
educável que podemos cultivar dia a dia para melhorar nossos relacionamentos e
ajudar os outros em suas dificuldades.
- Quem é nosso modelo de empatia
senão o próprio Jesus:
·
com a Adúltera (Jo 8, 1-11)
·
com Zaqueu (Lc 19, 1-10)
·
na Agonia (Lc 22, 42)
·
na Crucificação (Lc 23, 33-34)
·
e com
Judas, que mesmo sendo traído por ele queria saciá-lo com o Pão da Vida e que
não tinha medo de sua traição, mas de perdê-lo;
- Jesus compreendeu homens
incompreensíveis e perdoou homens imperdoáveis; deixava sua mensagem e exemplo;
e apesar de viver nos focos de tensão e risco de vida, não deixava de orar e
ter um sono reparador-(Mt 8, 23-27); não impõe a Verdade, somente a ilumina
para que o encontremos no ‘Caminho’ de nossa existência redimida.
Empatia
no dia-a-dia
- Você sabia que a empatia é algo
extremamente importante para que nós possamos saber como melhor expor o que
pensamos aos outros? Por exemplo, em momentos que exigem conversas sobre
assuntos delicados, que podem ser acompanhadas de um nível de tensão,
precisamos estar atentos aos sinais que o outro envia sobre a sua abertura ou
não para o tema. Deste modo, podemos detectar qual é a melhor abordagem a ser
feita, usar um modo mais direto ou mais delicado de falar. E quem sabe, até
adiar a conversa por um tempo.
- Ser uma companhia agradável
também envolve demonstrar empatia, pois podemos ser pessoas mais sérias ou mais
sorridentes, mas o que importa é a sensação de presença, de como nos faz bem
interagir com as pessoas ao nosso lado. Essa atitude traz como resultado novos
laços de amizade acompanhados de respeito ao outro. No âmbito das relações
amorosas, ter um parceiro que não demonstra empatia por você cria uma sensação
de vazio, como se você não significasse nada de importante para quem ama, como
se as suas ideias e emoções não fossem relevantes para a vida em comum.
Como
quebrar o gelo e se permitir ser mais empático com os outros?
- Para ficar livre de imagens
ruins ou pré-estabelecidas sobre o outro, permita-se adotar uma atitude de
abertura, com o intuito de se socializar.
- Transmitir uma postura de
isolamento e recolhimento pode afastar os outros de você.
- Muitas pessoas acham que ser
empático é falar pelos cotovelos, mas não é bem isso. O detalhe principal para
criar uma relação prazerosa é saber ouvir, é perguntar a opinião do outro sobre
os temas pertinentes ao relacionamento, seja ele amoroso, profissional ou de
amizade. Pessoas que são boas ouvintes demonstram grande grau de amabilidade,
confiança e amizade.
- Para adotar esse sentimento na
sua vida é necessário distinguir entre o que você considera aceitável do que é
inadmissível que o outro faça com você. É importante ressaltar que empatia não
é a mesma coisa que simpatia.
- Quando dizemos que alguém é
simpático significa que essa pessoa é, por natureza, mais extrovertida e
comunicativa. No entanto, ter empatia depende da sua postura frente ao outro, a
fim de nutrir bons laços sociais, além de oferecermos gentileza e cordialidade.
Se você é uma pessoa que sofre
por não receber a empatia do outro, se questione:
- Como você se comporta diante de
outras pessoas? Tenta manter uma atitude de ostra sempre que tocam em assuntos
que você considera inadequados ou exprime verbalmente que você não quer falar
sobre isso?
- Você é uma pessoa que mantém
uma atitude considerada por você como característica de alguém tímido, não
cumprimentando os outros e se abstendo de dizer palavras como
"obrigado" e "com licença"?
Será que você não anda fechado
demais em seu mundo, pensando nos seus problemas e assim, acaba se fechando
para que o outro se aproxime de você? Será que realmente faz parte de seus
planos tecer boas relações interpessoais ou você prefere manter relacionamentos
mais superficiais?
- Para receber a empatia, é
preciso ser empático e se você estiver passando por esse problema, que tal
mudar sua conduta para o seu próprio bem?
Para saber mais, assista o filme:
“Quem
se importa” de Mara Mourão.
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